Descansa em nossa fé uma fagulha
Que um dia acenderá tantos horizontes
Ecoaremos nossa voz até o fim
Nem se você souber uma maneira
De deter todo ódio que brota de nossas fontes
Tentará nos parar, ainda assim
Rugidos das feras famintas pedem
Pra não precisar suplicar aos pés de alguém
Estamos rastejando em dor no mesmo chão
Que um dia lutamos para habitar o nosso bem
Após tudo se perder
Cá estamos presos em uma engrenagem macabra
Que possamos entender
Que é preciso renascer para que a trilha se abra
Usados contra nós mesmos
Em guerra contra quem deveria ser aliado
Essa é só uma distração
Que há tanto tempo tem nos atrasado
Levados a correr em círculos
Dizimando em nome do que nos possuiu
Esquecemos que a vida vale mais
Só em vida poderemos preencher esse vazio
Que possam entender
Que a riqueza não se mede em números do que se tem
Um sábio que estende a mão já entendeu
A nobre virtude que é o bem
Esporos de poder transmitidos pelo ar
Contaminando a sucessão
Ávidos pelo desejo de matar
Arquitetando e implantando a nossa tribulação
Inocentes caem de joelhos
Negam, mas sofrem reprogramação
Devem o que nunca possuíram
Aceitam, mesmo em posse de pura aflição
Tormentas trituram vítimas em dor extrema
Mares de sangue cobrem tudo que se opôr
Esqueça que o inquisidor, de você, terá pena
Use sua última chance pra descontar sua dor
Monstros devoram corpos podres em nossas mãos
Estes que um dia foram os nossos irmãos
Somos bem mais que pó ao vento que nos dissipa
Fazendo se esquecer de quem existiu
Por mais que tentem
Nos apagar só aumenta o ódio
Daquele que persistiu
Estando em dor e só, o omisso zela
Pela chance de um dia bem melhor
Rapidamente entende que, se essa chance existe
Vale a pena lutar por algo maior
Apenas sinta como sofrer nos reanima
Não vão poder cortar tal onda que se cria
Crava-se em nós a força de encontrar a luz e acima
Apenas sinta o peso da esperança, um dia, vazia
Sinta-nos florescer